Falando de música com Pris Elias

Como e quando a música entrou na sua vida?

 A música faz parte da minha vida desde que me lembro por gente. Fiz aulas de iniciação musical aos 3 anos de idade e aos 6 escolhi o piano como meu principal instrumento de estudo. Dali pra frente, com o passar do tempo, fui experimentando outros instrumentos.

Quando foi que compôs sua primeira música? E como é o processo de composição?

 Eu tinha mais ou menos 13 anos. Tinha toda a base teórica de composição de minhas aulas de piano, escrevia uma letra e colocava melodia nela, usando o violão como base. Segue sendo assim até hoje, em alguns casos. Em outros, componho sobre a base que alguém me entrega. Exemplo: a base e as letras de algumas das músicas do novo disco foram essencialmente criadas pela Hel. Nesse caso pego as bases e a letra e construo a melodia em cima delas, modificando o que for necessário para que encaixem na música e soem melhor. 

Se fosse definir a música brasileira em um artista, qual seria e por quê?

 Impossível! Ninguém representa com totalidade a cultura de um povo tão diversificado. Principalmente nos dias de hoje, em que rótulos se tornam cada vez mais ultrapassados. Cada indivíduo tem um universo em seu interior e a sociedade tem cada vez mais consciência disso, de forma que se torna impossível rotulá-lo com a precisão que o sistema tenta impor.

As pessoas deixaram de gostar de música e passaram a valorizar muito mais rostinhos bonitos, concorda com isso ou você acha que beleza em nada influência o sucesso?

 As pessoas sempre gostaram de rostinhos bonitos, mas também sempre gostaram de tudo o que mexe de verdade com elas. Acho que o problema é que grande parte dos artistas lança produtos pensando somente naquilo que "o mercado exige", quando na verdade, precisa-se encontrar VERDADE e ORIGINALIDADE em seus trabalhos. Sem isso, os artistas se tornam apenas MAIS UM sucesso passageiro, lançado e destruído pelo mercado. Todos gostamos da beleza, mas a beleza não precisa ser simbolizada por um rosto bonito! Aliás, a beleza é tão ampla! Pode ser simbolizada pela moda, pela arte, por boas intenções e sentimentos...! Acho que é disso que o mundo precisa e é um pouco disso que busca em todo artista.

Quando decidiu viver de música, como sua família reagiu?

 Minha família sempre foi favorável, aliás, meus pais nunca se opuseram à nada do que eu quisesse fazer. Com a Mixtape foi diferente. Meu pai apostou nesse projeto com a mesma alegria que eu e a Hel fizemos. Sei que o amor que ele sente por essa tentativa de expressão é tão forte quanto o que sentimos e acredito que dentro de alguns anos entenda o motivo disso. Por enquanto, apenas o agradeço em pensamento TODOS OS DIAS, por acreditar em mim mais do que eu própria acreditei.

Qual a importância da música na sua vida?

 A música é minha válvula de escape, é minha rebeldia contida expressada através da música, é a tradução de minha alma que tem tanto a dizer e nem sempre, através de simples palavras ou ações não artísticas, consegue se expressar.

Qual é a sensação de um fã vir e dizer que te ama que gostada sua música?

 É extremamente gratificante. Principalmente porque hoje entendo mais do que nunca, que as pessoas apaixonadas por nossa arte, estão intimamente conectadas com nossa forma de ver o mundo, por mais que muitas vezes nem elas tenham consciência disso. É impressionante como a arte fala com o coração das pessoas. 

Qual sua definição de música?

 Pra mim, é o grito da alma. É a essência individual exposta ao mundo de maneira sublime. É a força capaz de mudar o mundo sem nenhuma forma de imposição. É a verdade que muitas vezes nossas mentes não querem ver ou aceitar, mas que nosso coração entende e agradece. 

Sabemos que em todas as profissões existem dificuldades, na música as dificuldades se tornam maiores pelo leque de opções que tem?

 Acho que as dificuldades existem em qualquer profissão. Ter uma banda é como ter qualquer empresa. Inclusive, ter uma visão empresarial de sua carreira é essencial pro artista hoje em dia, ou, caso não tenha tino pra coisa, é imprescindível que o artista tenha ao seu lado alguém com essa visão.

Já se imaginou fazendo outra coisa que não música?

 Já. Quis ser diplomata, pensei em ser jornalista e trabalhar com turismo. Também acabei pendendo pro lado da moda e até hoje tenho uma marca de roupas e loja virtual que toco junto com a Helen, a www.viraodisco.com.br 

Qual grande sucesso gostaria de ter gravado? E com quem gostaria de dividir o palco?

 Nunca me imagino tendo feito o sucesso que é de outra pessoa, será isso estranho? Hahaha. 
Gostaria de dividir o palco com o Linkin Park, Eminem, com a Pink, a Madonna, a Lady Gaga... nacionalmente, realizei meu sonho dividindo o palco com o Jay Vaquer. 

Qual é o seu maior sonho musicalmente falando?

Meu maior sonho é poder viver exclusivamente da música e o de conseguir levar nossa mensagem a um gigantesco número de pessoas que consiga entendê-la com o coração! Meu maior sonho é o de que nossa arte transforme positivamente a vida das pessoas, que as façam ter coragem pra encarar seus medos e alegria para aceitarem cada pequeno momento de suas vidas. 

Fale um pouco sobre o projeto novo da Mixtape...

 Essa nova fase da Mixtape, além de estar mais eletrônica, também está mais carregada de conceito. Antes escrevíamos sem muita consciência do que fazíamos. Atualmente, temos em mente a mensagem que queremos e o fazemos com mais clareza. O novo disco vem aí e reflete nosso busca e desejo pelo crescimento como indivíduo, pelo auto-conhecimento tendo como objetivo final a felicidade. 

O que a música acrescentou e acrescenta na sua vida?

 Na verdade acho que a pergunta correta seria: "o que seria de minha vida sem música?", rs. A música é minha válvula de escape, é através dela que mostro ao mundo as coisas que realmente importam pra mim.

Como é a relação sua e da Hel com os fãs?

Mantemos contato com eles principalmente através das redes sociais. Volta e meia também fazemos alguns encontros organizados pelos próprios Fã Clubes. Alguns deles se tornaram nossos amigos com os quais hoje conversamos sobre assuntos pessoais. 

O que tem tocado na sua playlist?

 Deluka, Lady Gaga, Lily Allen, Dragonette, Rihanna, Foo Fighters, Katy Perry, Florence and the Machine, Coldplay, entre outras bandas e artistas que provavelmente esteja esquecendo agora.

Em sua opinião existe música ruim ou músicos sem talento?

Tudo é relativo, né? Existe muita música e músicos que não me agradam, isso sim.

Com a internet, você acha que ficou mais fácil para as bandas ou atrapalha, tanta disponibilidade?

Os dois. Por um lado, o acesso a todo tipo de banda e artista é absolutamente viável; por outro, a oferta é tanta que, depois de um tempo, as pessoas já encontraram tantas coisas que as desagradaram ao buscarem por novidades, que passam a acreditar que nem vale à pena procurar, imaginando que nunca encontrarão material que preste em meio a tanta coisa lançada sem nenhum cuidado. 

Deixe um recado para os fãs e leitores do blog...

Aos fãs, amo vocês! Aos leitores do blog, espero que tenham curtido a entrevista. Obrigada pela oportunidade de concedê-la!

Links:
Site Oficial Mixtape
@PrisElias