domingo, 27 de janeiro de 2013

Uma repetição sem fim


A música vem se tornando tão repetitiva que ate mesmo a aparência dos interpretes são iguais. Você liga o radio ou a televisão e é uma explosão de COISA ALGUMA misturado com NADA; que você acaba confundindo as tantas músicas com uma só; se não bastasse isso o visual do interprete das modinhas monossilábicas ainda são tudo igual; e ainda tem outros padrões que são fabricados em vem uma caixa colorida que você não entende se é rock, pop ou nada. Quando digo NADA, quero dizer que não passa emoção, não passa música... Apenas existe ali um padrão. E eu me pergunto se realmente é no meio dessa explosão de repetição que quero estar.
Eu sempre achei que na música a gente podia encontrar a diferença, um grito de liberdade, sabe? Um refugio para os padrões de encontramos no dia a dia; uma forma de liberdade pra alma, onde eu pudesse criticar e ao mesmo tempo entender a letra; onde eu pudesse falar de forma aberta mas com conteúdo. Uma forma de tentar mudar algo ou chamar atenção para alguma coisa. Já não é mais assim, as músicas apenas existem pra fazer dançar isso quando não entram na sua mente e te domina completamente que você canta e nem percebe, mas canta sem entender o que está dizendo.
Cada um tem o direito de cantar, fazer música sobre o que quiser... O que não entendo é porque tudo é tão igual, é como se estivéssemos ouvindo a mesma coisa, o mesmo ritmo, as mesmas letras e um padrão de voz que nos deixa sempre em dúvida de quem está cantando.
Eu não quero aqui julgar, nem condenar; mas, por favor, sem padrão. Vamos fazer música, com sentido, com letra e com um pouco mais de musicalidade.
Só porque está fazendo sucesso não quer dizer que é bom. Porque o que tem por aí de músicos bons fazendo musica de qualidade sem ser conhecido é de deixar qualquer modinha no chão.
Cadê as criticas? Cadê as verdades jogadas na cara da sociedade? Cadê a profundidade que nos deixa a pensar? Cadê o romance? Cadê a música? São tantas perguntas que eu realmente prefiro recorrer aos clássicos; ao que nunca morre, ao que continua atual, ao grito de liberdade de varias gerações.
Eu quero acreditar que quando Renato Russo cantou “Que país é esse?” ele tinha a esperança que tudo podia ser diferente no país. Que Tom Jobim quando escreveu “Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça...” ele jamais achou que um dia iriam chamar uma mulher de cachorra em uma música. Que Cazuza quando escreveu “Eu preciso dizer que te amo, te ganhar ou perder sem engano...” nunca imaginou que pudesse alguém escrever algo como “Quem vai querer a minha piriquita...”.
Será que Elis Regina ao cantar “O teu corpo é luz, sedução. Poema divino cheio de esplendor..” imaginou que algum dia algo como “Segure o tchan, amarre o tchan...” faria sucesso no país? E Cartola quando divinamente escreveu “Ouça-me bem, amor. Preste atenção, o mundo é um moinho. Vai triturar teus sonhos, tão mesquinhos...” imaginou que alguém pudesse fazer um “Lelele...”.
Todos tem seus méritos, mas eu ainda não consigo entender porque acompanhar um padrão quando se pode ser a diferença.
Eu sei o que talvez você leitor esteja pensando “Mas e o gosto musical vai de cada pessoa, não é?” Sim. O gosto musical varia de pessoa pra pessoa isso eu não questiono, eu questiono é essa forma de música que nada acrescenta na nossa vida. É como uma chuva de verão. Talvez deixe marcas ou talvez não.

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